segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Há bem mais sóis crestando entre as estrelas...

No infinito , do vão do espaço, se espaça o tempo,
não há cansaço ! No infindo imenso de um tempo aço, se espessa o vão que liberta o traço, forte num abraço !
Há muito mais do que esperamos ser, tem mais além de onde podemos ver ... Mais muito há do que pensamos ter, além do mais do que queremos crer !
Há bem mais sóis crestando entre as estrelas ! Vamos andando por aí ...
Brilhar é o espaço siderar !
Há bem mais sóis ...
Há bem mais sóis, crestando entre as estrelas.



Confusos, tentamos vê-las! Confusos, tentamos tê-las ! Confusos, tentamos ser: As estrelas !!!

( música maraviloooooosa do Mestre Ambrósio)





Apresentação do Grupo Flor de Batuque,


com fugurino da Nega Fulô hihihi


Lindas as meninas-flores!!!










Que a semana seja de muitos sois... crestando entre as estrelas!

... e muitas flores, e muitas alegrias!












domingo, 1 de novembro de 2009

É, EU CORRO O RISCO!!!

" Se vc nunca sentiu medo, vergonha ou dor é pq nunca correu riscos!"
De vez em quando essa sorte do dia aparece no orkut nosso de cada dia rsrs E convenhamos... ela faz o maior sentido. Pelo menos pra mim q morro de vergonha de um monte de coisa q quando vou ver já fiz e não tem mais jeito... pessoas impulsivas, tomadas pela emoção do momento, movidas pelo ímpeto vibratório das sensações repentinas costumam sentir vergonha. Eu sinto!

Sobre o medo, quando ele aparece, me faz pensar, principalmente a noite, antes de dormir. É desafio pra enfrentar, obstáculos pra superar, atitudes pra tomar.... O medo vive rondando. Mas a covardia, não!!!! Alguém tem idéia da etmologia da palavra covarde? Dei uma olhada agora, pra poder escrever sobre isso, e descobrri que vem do francês antigo, coart, hoje couard, ou cauda arqueada - o popular rabinho entre as pernas. A gente leva uma bordoada daquelas da vida e fica assim, igual a um cachorrinho, com o focinho pra baixo e o rabinho encostado na barriga. Além de ficar com um baita medo de erguer a cabeça outra vez. Vai que lá vem bordoada de novo... Acho que é assim que estagnamos. Portanto, cuidademos do nosso medo, ou ele pode nos vencer!
Já em relaçõa a dor, essa, graças ao bom Deus, não é uma constante, mas é claro, inevitável, principalmente pra quem "corre o risco".

Quem corre o risco, sabe que tem q ter a alma limpa e o coração valente. Depois é só ir "fondo" e pronto! Ir fondo???? Calma, deixa que eu explico: - Dizem q essa expressão, "fondo", surgiu com o Garrincha. Não sou especialista em assuntos esportivos, mas me contaram uma vez, que depois de uma brilhante partida, daquelas em que o jogador fez uma sucessão de dribles absolutamente fantásticos e geniais, um repórter de campo, daqueles bem chatinhos, queria que ele explicasse com todos os detalhes como ele tinha relizado tais grandes feitos. E o jogador meio encabulado, explicou: "Olha, eu não sei bem direito, só sei que eu fui fondo, fui fondo, fondo, até que consegui fazer o gol..."

Eu acho q coragem é assim, é quando a gente vai fondo rsrs

Não importam as dificuldades e as chateações, o negócio é ter certeza de que o caminho é seguir em frente, e que se a gente for pra valer, mesmo com muito medo, esse vai ser o melhor caminho.







"É, eu corro o risco" é o blog do Guto. Que eu adoro!

Pq ele é bem humorado, pq ele inventa, pq ele é leve,

pq seus desenhos falam e riem. Beijo pra ele!


Esse post é pra mim mesma rsrs (sério) e pra minha amiga Andréia, que não vai escapar dessa. Andréia, minha amora, vc vai ter que correr o risco! Bjo no seu coração!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Tempos Modernos... cansei!!! (mesmo!)

Acabo de chegar em casa elééééétrica, depois de uma segunda feira inquieta... Vejam bem a situation: Pra começar é segunda-feira, e isso basta, imagina então, depois de uma semana de saco cheio(cheio não, lotado, transbordante), e primeiro dia de horário de verão ainda por cima! Morri de sono o dia inteiro, e pra conseguir existir hoje, tive que tomar baldes de café, e foi assim, movida a muita cafeína que conseguir sobreviver. Resultado: um zumbi elétrico, insone, sonhando com uma banheira de diva pra afundar no meio da espumar tomando muuuuuuita champangne!!!



É verdade! CAN-SEI! Há tempos que tenho me sentido o verdadeiro Carlitos em "Tempos Modernos", sendo devorado pela crise "financeiro-emocional-político-moderna e etcteriana" vivida pelas pessoas nos dias de hoje. "Tempos Modernos" é um filme engraçado, mas não é alegre. Nessa obra prima do cinema mundial, Charles Chaplin descreve a profunda melancolia da vida moderna com boas doses de humor provocadas por seu personagem Carlitos.


O relógio, ícone dos dias atuais, "corre corre corre" empurrando o tempo para frente. Os homens enlouquecidos, voam atrás do tempo que não desejam perder. O tempo, rindo de toda essa bobagem, passa ainda mais rápido, deixando os pobres a comer poeira! Enfim, o fato é que nessa eterna luta contra o tempo, os seres humanos desgastam suas relações interpessoais, tornando-as cada vez mais frias, duras e impessoais, merglhadas no pensamento egoísta da época moderna. A rapidez é essencial na vida desses seres modernos. O tempo, sarcasticamente continua rindo: "corram, ou devoro-os!!!!" O homem então constrói máquinas para agilizar e apressar sua vida. Surgem as grandes indústrias, com seu massacrante processo de reprodução mecânica. Máquinas trabalhando, homens desempregados e, é claro, dinheiro para os grandes empresários - donos das máquinas. Para os governos, ótimo: mais dinheiro para suas "máquinas do Estado". Com toda essa confusão, o Carlitos, coitado, enlouquece. Corre como os outros mortais atrás atras de emprego. Mas existe o outro lado da questão que é aonde onde quero chegar. Como quem tem emprego pode se tornar um desempregado, Carlitos também assume o outro lado da moeda. Estando desempregado chega a roubar para comer. É exatamente como disse alguém que eu não conheço, alguém chamado Villegas Lópes, em uma frase que resume tudo isso: "Em Tempos Modernos não temos mais o drama de Carlitos, mas Carlitos vivendo o nosso drama".
E tem mais, não raras as vezes, o problema do desemprego, acaba colocando em segundo plano, o problema de quem tem um emprego, o qual, meio que "paradoxalmente" (no momento só consigo encontrar essa palavra explicar o quero dizer), transforma a vida do trabalhador num verdadeiro inferno, porque as organizações das empresas ou as políticas de trabalho, mesmo as estatais, só se preocupam em multiplicar a quantidade de seus produtos, a fim de tirar vantagem em tudo, mas não dão a mínima para felicidade de quem os produz!!!!!!!!!!

Eu quero banheira de diva (de graça)!!!!! E maquininha de costura (fôfa, igual a da Leleca)!!! Pra costurar minhas idéias secretas e meus planos e sonhos malucos... afinal de contas, não tem jeito, alguém nessa casa vai ter que trabalhar!


Esta é a maquininha fôfa da Letícia - A Original!


... por falar em sonhos... meu Deus do céu, tenho que dormir!!!

bjo de boa noite e sonhos malucos pra todo mundo!
















terça-feira, 4 de agosto de 2009

Deus é paciência. O contrário, é o diabo.

"(...) Estremeço. como não ter Deus? Com Deus existindo, tudo dá esperança: sempre um milagre é possível, o mundo se resolve. Mas, se não te mDeus, há-de a gente perdidos no vai-vem, e a vida é burra. É o aberto perigo das grandes e pequenas horas, não se podendo facilitar - é todos contra os acasos. Tendo Deus, é menos grave se descuidar um pouquinho, pois no fim dá certo. Mas, se não tem Deus a gente não tem licença de coisa nenhuma! Porque existe dor.


Dor não dói até em criancinhas e bichos, e nos doidos - não dói sem precisar de se ter razão nem conhecimento? E as pessoas não nascem sempre? Ah, medo tenho não é de ver morte, mas de ver nascimento. Medo mistério. O senhor não vê? O que não é Deus, é estado do demônio. Deus existe mesmo quando não há. Mas o demônio não precisa de existir para haver - a gente sabendo que ele não existe, aí é que ele toma conta de tudo. O inferno é um sem-fim que nem não se pode ver. Mas a gente quer céu é porque quer um sem fim: mas um fim com depois dele a gente tudo vendo.

Se eu estou falando às flautas, o senhor me corte. Meu modo é este. Nasci para não ter homem igual eme meus gostos. O que eu invejo é a instrução do senhor... " (Riobaldo em Grande Sertão)

Sobre a morte

"O cortejo dos baianos dava parecença com uma festa. No sertão, até enterro simples é festa.

Às vezes eu penso: seria o caso de pessoas de fé e posição se reunirem, em algum apropriado lugar, no meio dos gerais, para se viver só em altas rezas, fortíssimas, louvando a Deus e pedindo glória do perdão do mundo. Todos vinham comparecendo, lá se levantava enorme igreja, não havia mais crimes, nem ambição, e todo sofrimento se espraiava em Deus, dado logo, até à hora de cada uma morte cantar. Raciocinei isso com compadre meu Quelemém, e ele duvidou com a cabeça: - 'Riobaldo, a colheita é comum, mas o capinar é sozinho...' ciente me respondeu."

e Riobaldo continua....


(...) O que mais penso, testo e explico: todo-o-mundo é louco. O senhor, eu, nós, as pessoas todas. por isso é que se carece principalmente de religião: para se desendoidecer, desdoidar. Reza é que sara da loucura. No geral. Isso é que é salvação-da-alma... Muita religião, seu moço! Eu cá, não perco ocasião de religiaão. aproveito de todas. Bebo água de todo rio... Uma só, pra mim é pouca, talvez não me chegue. (...) Tudo me quieta, me suspende, qualquer sombrinha me refresca. Mas é só muito provisório. Eu queria rezar - o tempo todo.


Olhe: tem uma preta, Maria Leôncia, longe daqui não mora, as rezas dela afamam muita virtude de poder. Pois a ela pago, todo mês - encomenda de rezar por mim um terço, todo santo dia e, nos domingos um rosário. Vale, se vale. (...) E estou, já mandei recado para uma outra, do Vau-Vau, uma Izina Calanga, para vir aqui, ouvi de que reza também com grandes meremerências, vou efetuar com ela trato igual. Quero punhado dessas me defendendo em Deus, reunidas de mim em volta...


Viver é muito perigoso... querer o bem com demais força, de incerto jeito, pode já estar sendo se querer o mal, por principiar. (Riobaldo em Grande Sertão)

Ouvindo Riobaldo dizer...


"O senhor sabe: eu toda a minha vida pensei por mim, forro, sou nascido diferente. Eu sou é eu mesmo. diverjo de todo mundo... Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa. O senhor concedendo eu digo: para pensar longe, sou cão mestre - o senhor salte em minha frente uma idéia ligeira, e eu rastreio essa por fundo de todos os matos, amém!!!

Olhe: o que devia de haver, era de se reunirem os sábios, políticos, constituições, gradas, fecharem o definitivo a noção - proclamar por uma vez, artes, assembléias, que não tem diabo nenhum, não existe, não pode. Valor de lei! Só assim davam tranquilidade boa à gente. Por que o governo não cuida?!

Ah eu sei que não é possível. Não me assente o senhor por beócio. Uma coisa é por idéias arranjadas, outras é lidar com país de pessoas, de carne e sangue, de mil-e-tantas misérias... Tanta gente - dá susto saber - e nenhum se sossega: todos nascendo, crescendo, se casando, querendo colocação de emprego, comida, saúde, riqueza, ser importante, querendo chuva e negócios bons... (...) Ou a gente tece de viver no safado comum, ou cuida só de religião só. eu podia ser padre sacerdote, senão chefe de jagunços; pra outras coisas não fui parido. Mas minha velhice já principiou, errei de toda conta. E o reumatismo... Lá como quem diz: nas escorvas. Ahã."


(Grande Sertão Veredas- Guimarães Rosa)






sábado, 25 de julho de 2009

Cala a boca pensamento...





...ou eu te enfio uma faca!




Ultimamente ando pensando sobre a sinceridade e as pessoas. Aliás ando tendo crises de sinceridade... E o pior é que elas costumam ser quase sempre meio (ou inteiramente) desastrosas. Não queiram saber! Enfim, acho que falar salva (e é obvio que calar tbm). Creio que em razão dessas crises, tenho ocupando meus pinos cerebrais com a seguinte questão: E SE DESSE A LOUCURA DA FRANQUEZA? O que diriam as pessoas às outras? Afinal de contas a sinceridade destrói castelos de areia. É a realidade sem anestesia. Ela não estimula reticências, não teatraliza as relações humanas, não falsifica impressões. A sinceridade encerra qualquer discussão, ainda mais num mundo tão intoxicado por falsidades.
Eu errei! Eu traí! Eu me iludi! Eu sou assim! Eu odeio trabalhar! Eu disse "eu te amo" sem ter certeza! Não uso filtro solar! Dirijo depois de beber! Que merda que eu dei! Que merda que eu não dei! Já pensei em suicídio! Me arrependo de ter filhos (ou de não ter tido)! Não perdôo meu pai! Casei por dinheiro! Tenho medo da solidão! Perdi oportunidades! Fui injusta com algumas pessoas! Vacilei com outras! Estou sem paciência com o mundo! Não tenho talento! Tive sorte! Não passei a perna em ninguém! Nunca menti pra me safar! Menti demais para não magoar! Nunca inventei personagens! Inventei vários personagens! Não sei direito quem sou! Não sei a resposta! Não sei! Não sei!!!

A sinceridade é soberana.
Emudece. É tão inesperada que impede retaliações.
A sinceridade é o ponto final.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Hoje deu vontade!

Hoje deu vontade de acordar 11:00 hs e não sair da cama. Bateu aquela vontade de ir na padaria sem hora pra voltar, escolher pães, doce, bater papo com desconhecidos, trocar idéias a respeito do picolé mais gostoso, o chocolate ou suco novo... "experimenta!"... Fiquei com vontade de ler o livro que está na cabeceira há meses, de calçar chinelo e meia, de vestir a roupa mais velha, a melhor de todas, de prender os cabelos e ficar de pernas pro ar. Hoje eu não quis ter compromisso, desliguei o telefone, vi a novela da tarde (como é mesmo o nome da novela?). Amanhã eu vou sair andando sem rumo, eu e Pedro, vamos ver o por do sol, ficar olhando os carros passando e perguntar: o que tanto essas pessoas fazem q não conseguem parar? Hoje eu acordei com vontade de acalmar os nervos, relaxar e dizer? TÔ DE FÈRIAS!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

...porque só sei ser íntima.

"Marli de Oliveira, eu não escrevo cartas pra você porque só sei ser íntima. Aliás eu só sei em todas as circunstâncias ser íntima: por isso sou mais uma calada. (...) O futuro da tecnologia ameaça destruir tudo o que é humano no homem, mas a tecnologia não atinge a loucura; e nela então o humano do homem se refugia."


( Do conto Tempestades de Almas - da Clarice também)




Bjokassss pros meus mais íntimos, ou seja... pra todos, pq eu tbm acho q eu só sei ser íntima rs

domingo, 12 de julho de 2009

... o amor pelo mundo me esperava

(...) Mas possuia o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. Pouco aproveitara. E que talento tinha paraa crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe
emprestados os livros que ela não lia. Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuia As Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E, completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passassse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria. Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança de alegria: eu não vivia, nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.

(...) guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.



(...) Como contar o que se seguiu? Eu estava estoteada e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importava. Meu peito estava quente, meu coração pensativo. Cheguei em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre ia ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. Ás vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.
(Clarice Lispector - Felicidade Clandestina)




Abraço pros meus queridos pupilos. Amanhã é dia e a gente vai tá feliz pq as férias tão chegando... rsrs êeeba!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

...como se eu tivesse bebido demais

Este post é pro Rafa Figueira pq eu acho q ele, tbm se sente sempre um pouco como se tivesse bebido demais.




"Eu me sinto tornar dia a dia mais sensível e mais emocionável. Um nada me põe lágrimas no olhos. Há coisas insignificantes que me pegam pelas entranhas. Eu caio em divagações e distrações sem fim. Eu me sinto sempre um pouco como se eu tivesse bebido demais."



(Gustave Flaubert, Cartas Exemplares)







Pra quem quiser ler, tem um post antigo aqui, do ano passado, quando eu comecei a postar, que fala do Flaubert, o título é: Madame Bovary, nós te entendemos!!! Quem quiser, dá uma olhada lá... Ficou legal o texto, o assunto é interessante. Sei lá... eu pelo menos acho.



domingo, 5 de julho de 2009

Ser árvore...

" Para entrar em estado de árvore
é preciso partir de um torpor animal de lagarto às
3 horas da tarde, no mês de agosto.
Em 2 anos a inércia e o mato vão crescerem nossa boca.
Sofreremos alguma decomposição lírica até o mato sair na voz.
Hoje eu desenho o cheiro das árvores."
(Manuel de Barros)
"Árvore da vida, árvore querida,
perdão pelo coração que eu desenhei em você,
gravado com nome do meu amor." (Arnaldo Antunes e Jorge Bem Jor)
Uma semana beeeem oxigenada, respirante, antisufocante!!!
Cheiros de árvores pra todo mundo respirar mais e melhor!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Reeeeesspeitável Público!!!!

"Amigos,
estamos em um momento importante na campanha contra animais em circos. Os projetos de lei que pedem a proibição de circos com animais em todo Brasil estão na Comissão de Constituição e Justiça na Câmara dos Deputados. Mas no Senado foi apresentado pelo senador Álvaro Dias, do
Paraná, um projeto que propõe o registro de circos no Ministério da Cultura e a regularização dos animais. É um absurdo! O senador está muito equivocado, pois fala em manter os animais em circos sem causar maus tratos aos mesmos! E na justificativa fala da importância dos animais de circo para as crianças! Será que para o Senador educar é mostrar elefante em cima de um banquinho ou tirar um filhote recém nascido de sua mãe desesperada, pois é o que acontece com os chimpanzés e outros animais.
Vamos entrar em contato com o Senador Álvaro Dias e falar sobre a realidade dos animais mantidos nos circos e como eles são explorados e submetidos a situações cruéis - treinamento a base de estimulo doloroso, privação de comida e confinamento em jaulas e acorrentados. Vamos solicitar ao senador a retirada do 397/03 e modificá-lo. É importante ressaltar que não somos contra os circos e sim a favor do respeito aos animais. Somos a favor do circo moderno com artistas criativos e de talento. Um circo sem animais explorados e subjugados pelo sofrimento.
Abraços, Andréa LambertANIDA - Rio de Janeiro"


Tô com a Andréia e não abro! Circo sim, animal não!!!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

A formiga só trabalha porque não sabe cantar

" Ai que prazer

não cumprir um dever
ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tempo, não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta.
a distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
que venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, músicas, o luar, e o sol que peca
só quando, em vez de criar, seca.
E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca..."
(Fernado Pessoa - Liberdade)



Ando com tanta preguiça. Preguiça de fazer ginástica, de estudar, de preocupar com erros de português, de fazer contas, de ir até o banco, de dar satisfação, de encarar os defeitos, de saber que mesmo que se esforce algo vai dar errado...


A preguiça não é uma característica estritamente humana, na natureza muitas vezes é uma forma de preservar energia por longos períodos

domingo, 14 de junho de 2009

Sentimento do dia...


Que essa semana as energias se renovem...

O que eles querem mesmo é reclamar!



... eu não vou mais ficar ouvindo distraido eles falarem deles e do que eles fariam se fosse com eles, e o que eles não fazem de jeito nenhum, como se interessasse a qualquer um. Eles são: As pessoas. As pessoas todas, fora os mudos. Se eles querem falar de mim, de nós, de nós dois, falem longe da minha janela, por favor, se for para falar do meu amor. Eu agora só escuto rádio, vitrola, gravador. Campainha, telefone, secretária eletrônica eu não ouço nunca mais, pelo menos por enquanto. E estamos conversados!!!!
do grande Arrrrrrrrnaldo Antunes!!!!

domingo, 31 de maio de 2009

"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara."

"Estou cego." Este é o grito do primeiro personagem que aparece na obra "Ensaio sobre a cegueira" do Saramago, e que foi filmada pelo Fernando Meirelles e estreiou no cinema em setembro do ano passado. Meu Deus do céu, acabei de ver o filme agora e tô mal. Certamente vou ficar com ele na cabeça por uns bons dias, pensando toda hora nas cenas... impactuantes e chocantes. Na verdade nem são bem as cenas q são assim, é a abordagem mesmo dos fatos. Que podridão! Que doença! Uma verdadeira merda de gente, de vida e de mundo! Emporcalhamentos a parte, a música é do grupo Uakti, maravilha!!! Aqueles barulhinhos enchendo os ouvidos daquela gente cega num mundo branco e imundo... como Meireles consegue ter idéias assim, Uakti no Ensaio Sobre a Cegueira... Só esses caras mesmo!

O negócio é q o filme é uma porrada e eu tô incomodada com tudo. Com a preguiça, com a ignorância, com o descaso, com a imbecilidade, com o egoismo principalmente! Egoismo é o pior. Esse negócio de querer tudo pra si, essa coisa de tirar vantagem de tudo, nem que seja uma miserazinha!Essa mesquinharia de ser só você, de viver só pra vc e foda-se o resto do mundo!
Eu ainda não li o livro, devo ler, não sei ainda quando pq minha listinhas tá do tamanho da nossa cegueira. Talvez ele venha a ser o primeiro. O próprio Saramago numa apresentação pública do livro disse o seguinte:

"Este é um livro francamente terrível com o qual eu quero que o leitor sofra tanto como eu sofri ao escrevê-lo. Nele se descreve uma longa tortura. É um livro brutal e violento e é simultaneamente uma das experiências mais dolorosas da minha vida. São 300 páginas de constante aflição. Através da escrita, tentei dizer que não somos bons e que é preciso que tenhamos coragem para reconhecer isso." (José Saramago)

Enquanto assitia o filme, a "mulher do médico" me fez lembrar de outra personagem do Saramago, a Blismunda de "Memorial do Convento". Blismunda tinha a capacidade de enxergar o interior das pessoas, mas nem por isso sentia-se afortunada, pois algumas vezes tinha que ver aquilo que não queria. Da mesma maneira, a mulher do médico é a única que pode ver as belas e horrorosas imagens descritas pelo autor, seja o lindo banho de chuva das mulheres na varanda ou os cachorros que devoram o cadáver de um homem na rua. Ela não sabe se é abençoada ou amaldiçoada por poder enxergar em uma terra de cegos.

Daí a gente fica pensando... Como instaurar o pensamento mais profundo, a sensibilidade para a coexistência dos seres? Acho que o "Ensaio Sobre a Cegueira" abre os olhos para a realidade do mundo, o caos que pode se instalar a qualquer momento, as atitudes impensadas de quem está no poder tentando isolar o problema ao invés de estudá-lo. (Esta idéia inclusive me remete a Foucault, ando com saudade dele rsrs) Regras são quebradas, pois ninguém mais vê quem está agindo errado; os mais fortes abusam do poder; e o instinto de sobrevivência vai tomando conta dos homens. É a transformação do homem em animal que só vive para satisfazer seus apetites mais primitivos. A obra mostra o horror da anarquia em seu pior estado – o selvagem. Mostra o desmoronar completo da sociedade que, por causa da cegueira, perde tudo aquilo que considera como civilização.

Li no blog do Fernando Meirelles que a primeira imagem que veio na cabeça dele ao ler "Ensaio Sobre a Cegueira" foi a da nossa civilização como uma complexa estrutura, como aquelas que se formam ao acaso no jogo de pega-varetas. De repente, uma vareta é retirada (a visão) e a estrutura toda desaba. Sobre o interesse dele em filmar esta obra ele disse o seguinte:

"Me interessei por esta história porque ela expõe a fragilidade desta civilização que consideramos tão sólida. Em nossa sociedade, os limites do que achamos que é civilizado são rompidos cotidianamente, mas parece que não nos damos conta, a barbárie está instalada e não vemos ou não queremos ver. Para mim, era sobre isso o livro. A metáfora da cegueira branca ilustra nossa falta de visão. “Eu não acho que ficamos cegos”, diz um personagem. “Acho que somos cegos. Cegos que podem ver, mas não vêem”. Por quanto sofrimento precisamos passar para que consigamos abrir os olhos e ver? Essa foi a primeira questão que me coloquei ao fechar a última página. Os personagens desta história não têm nomes e nem precisam uma vez que são todos indistintos, incapazes de enxergar uns aos outros. Foi pensando no percurso de cada um deles que percebi que o desmoronamento do qual o livro fala não é necessariamente da sociedade ou da civilização, mas de cada indivíduo. Ao perder a visão, os personagens fazem o percurso da desumanização, passam a se mover pelo instinto de sobrevivência e suas vidas se resumem a comer, transar, defecar. É só o restabelecimento das relações amorosas, do afeto, do reconhecimento do outro que lhes dá a estrutura para reconstruir suas vidas e se humanizarem novamente." (Extraído do Blodg do Fernando Meirelles)

E aí eu penso que nós, seres humanos, quando despojados das facilidades modernas, parece que voltamos a ser bichos, em busca das nossas necessidades básicas, como comida, bebida e sexo. E mesmo após passar por degradações, privações e sermos humilhados, ainda somos capazes de encontrar uma maneira de termos alegria. Para provar que, apesar de tudo, ainda somos seres humanos. O "Ensaio Sobre a Cegueira" mostra a profunda humanidade dos que são obrigados a confiar uns nos outros quando os seus sentidos físicos os deixam. O brilho branco da cegueira ilumina as percepções das personagens principais, e a história torna-se não só um registro da sobrevivência física das multidões cegas, mas também das suas vidas espirituais e da dignidade que tentam manter. Mais do que olhar, importa reparar no outro. Só dessa forma o homem se humaniza novamente. Uma coisa doentia e cruel. Enfim...
Só sei que no final, eu, e acredito que todo mundo que leu o livro ou assistiu o filme, termina meio tonto e se perguntando: É assim que verdadeiramente somos??? É preciso ficarmos cegos para enxergar a essência de cada um???

Que esta semana seja menos cega, que a gente possa ver, enxergar e reparar mais e melhor!


* Vou deixar uma dica de leitura pra eu não me esquecer de ler também, a Peste de Albert Camus.

Bjokas pra todo mundo, especial pro Prof. Mario Galvão e Dona Edite, que não vêem, mas enxergam e acho que reparam. Hoje me lembrei do pouco tempo que convivi com eles e me lembrei de algumas coisas que me ensinaram. Foi um prazer organizar as caixinhas de contas da estante e preencher as folhas de cheques pra comprar ração do lindo labrador branco. Como disse o prof. Mário: Aqui em casa, em terra de cegos, quem tem olho é escravo rsrs

domingo, 24 de maio de 2009

Se eu quisesse um espelho eu comprava!!!

Meu talento é minha defesa.
Minha inteligência é acaso.
Não sou criador, sintetizo.
Minha bondade é culpa.
Meu bom senso é medo.
Não sei, sugo.
Meu equilíbrio tem as deformações do que é normal.
Minha lucidez nasceu da doença.
Não sou, suo.
Minha simpatia é falta de naturalidade.
Meu galanteio é corruptor.
Não tenho gestos, tenho intenções.
Minhas admirações são inveja.
Meu espanto é covardia.
Não invento, formulo.
Minha indiferença arde de desejos.
Minha doçura é timidez.
Minha versatilidade é esquizóide.
Não planto; colho, espertamente, a emoção comum.
Não fecundo porque sou hábil.
Não educo porque sou fraco.
Não desagrado porque sou dependente. Não abalo porque sou medroso. Meu brilho é a máscara do meu vazio. Meu vazio é minha verdade. Minhas palavras são "flatus vocis". Não sou expulso porque me acomodo. Não crio porque pouco ouso. Não abro caminhos, sou mero tradutor.
Não renovo porque repito.Não ameaço porque prefiro o mais fácil. Não espanto porque me deixei amansar. Não sangro porque desisti. Meu NÃO tem disfarces demais. Meu SIM, quando será integral? Meu eufemismo é hipócrita. Não perco o emprego porque aprendi a sobreviver.
Não digo todas as minhas verdades por medo e preconceito.Não escrevo o que sei e sim o que finjo saber. Não sei, nem tudo o que finjo. Minha frase é esconderijo. Meu prestígio é minha insegurança. Minha palavra não é o "sal da terra". Minha alegria é de estufa. Meu elogio é demolidor. Não sou a imagem que projeto. Não mereço os carinhos que recebo. Não valho a sua admiração. Não sinto, sentindo, o que sinto escrevendo. Minha modéstia é arrogante.
Minha agressão é ressentimento.
Minha ironia dá úlcera.
Minha vitória é menoridade.
Não me decido a ser definitivo.
Não venci as derrotas antigas.
Não derrotei as vitórias fáceis.
Meus ideais são ambições fantasiadas.
Minha crítica é projeção.
Minha frustração escreve melhor do que eu.
Minha amargura me finge simpático.
Não consegui vencer a minha infância.
Minha coerência foi parar no sanatório.
Meu sarcasmo tem cara de anjo.
Meu riso é amortecedor, emoliente e trânsfuga.
Não sou bom, preciso da bondade.

Minha esperança e minha salvação: saber de tudo isso.
E CONFIAR E PROSSEGUIR.

(ATO LEIGO DE CONTRIÇÃO - Artur da Távola)



Texto horroroso, que mal gosto tremendo. Se eu quisesse um espelho, eu comprava!!!!!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Vê se eu aguento!

Meu Deus do céu, ando sem tempo, pra variar... Há dias q eu to querendo postar um monte de coisa, monte de idéia na cabeça, tanta coisa pra fazer... Enfim, tô querendo dias com 72 horas pra viver!!! Alguém pode me ceder um? Tô lá no Dia das Mães, até hoje, embora acho essa coisa de datas comemorativas uma chatisse, coisa puramente comercial mesmo! Vê se mãe vai ter dia! Mas deixa isso pra lá... críticas à sociedade de consumo a parte! Só sei que esse ano, eu fiquei tão orgulhosa, mas tanto tanto que não aguentei, vim mostrar pra todo mundo a carta q eu recebi rsrsr. Vê se eu aguento isso, gente!

"Mamãe o meu coraçaõ aperta muito por você. Eu te amo muuuuuito e você é meu presente muito querido. É muito linda, mesmo você brigando eu sempre vou te amar e você é muito divertida brinca comigo, faz eu rir ficar divertido e você é uma pessoa muito especial na nossa família e você tem dia que está meio louca. Você sempre é bonita e muito legal."


Um monte de beijo e de cheirinho nele! O gostoso mais gostoso do mundo!!! Que torna a minha vida mais suave e mais feliz!





domingo, 3 de maio de 2009

Ainda sobre passarinhos...

PRATO DO DIA
Detalhe na xicrinha, parece que tem café com licor de nozes, flores do bosque e frutas silvestre!

Até passarinho passa

Não conheço, além do imenso tempo, nada que tenha existido para sempre. Até o silêncio passa.

Muito, muito, muito lindo!!! "Até passarinho passa" é o título de um livro q o Pedro tá lendo na escola, pro seminário, eu, claro, não resistir e li tbm! É uma história de amor e amizade entre um garoto e um passarinho que costumava visitar sua varanda. O mais interessante, além dos incríveis trecho descritivos dos cenários e das impressões do menino sobre o passáro amigo, são os diálogos tecidos entre os dois, sempre no silêncio. Só os seus olhos conversavam. Vou transcrever alguns partes, vejam q graça:

"(...) Mas eu não encontrava sinal de tristeza na existência dos passarinhos. Todo o universo lhes parecia ser construído apenas de deslumbramentos. O norte estava onde o desejo apontava. Só exercitava as asas quando a distância era longa e o vazio muito largo. Uma bonita preguiça eu percebia em seus gestos, quase sempre. Então, esticavam as asas, abrindo-as em conchas, cobrindo a cabeça e protegendo os pensamentos como se fossem pérolas. Cada movimento dos passarinhos permanecia gravado em mim como um modelo de rigorosa criação.


Nunca me indaguei no silêncio do alpendendre, se passarinho pensava. Meu espanto e minha inveja eram pelos seus voos. Voar não me parecia tarefa tão simples. Primeiro era preciso o vazio, o nada, o aberto, o sem-fronteiras. Isso interrompia minha esperança. Eu vivia sempre rodeado de impossibilidades, vigiado por paredes, muros e grades. Minhas asas só existiam para sonhar. E voar exige deslocamentos. Mas, se os passarinhos não pensavam, eu acreditava que pressentiam a chegada da noite, a ameaça da chuva, o percurso dos ventos.

Diferenciavam o grão da pedra, conheciam a madureza dos frutos apenas pela cor, observavam a profundeza das poças para os banhos, sentiam a ameaça dos olhares e temiam o perigo das gaiolas. E mais, eles compreendiam que para viver era preciso ninhos, tecido com gravetos e cuidados, em lugares ocultos e seguros. Mesmo longe da terra eles necessitavam de um abrigo. Ter um ninho é poder retornar, é ter um lugar de repouso, uma referencia, um agasalho. E, se eu encontrava, desavisadamente, alguma promessa de outras vidas dentro de seus ninhos, fazia de conta que não via para não gorá-los.
E como eu amava esses passarinho! Eram vírgulas delicadas pontuando o vazio e as suspeitas. Quando eles surgiam, em bando ou solitários, meu coração deixava de bater para não assustá-los. Meu corpo ficava imóvel para não impedir suas procuras. Minha respiração fazia susgir uma pausa necessária para inaugurar uma liberdade mais definitiva. E minhas mãos cruzadas prometiam avisá-los que só os tocaria com o olhar. Eu pensava que para mar os passarinhos só os olhos bastavam. Mas eu sofria de uma coceira incômoda na palma da mão. Vontade de pentear suas penas com meus dedos (...)." (Bartolomeu Campos de Queirós)

Não é uma fofura, gente. E isso é só uma amostrinha, pq o livro inteiro é assim, singelo e de uma poética profunda e cheia de sutilezas, própria do paradoxo simplicidade/complexidade característico da infância. O Bartolomeu (autor do livro) teve aqui, na Coeducar, pra conversar com as crianças sobre os livros dele, principalmente sobre esse, que é o que as crianças estão lendo. Ainda mais, abordar um tema um pouco complicado e díficil de tratar, talvez mais ainda, com as crianças, que é a questão da morte. Amei mesmo, e fico sempre tão feliz e agradecida pelos prazeres que, não raras vezes, o Pedro muito me proporciona. Esse foi um deles.


Uma semana com batidas de asas, levesa e flauta!

Bjokas pros que amam passarinhos e outros bichos





segunda-feira, 27 de abril de 2009

Sentimento do dia


Precisa dizer mais, precisa?

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Nostalgia de verdade... melhores momentos

Delírios digitais, uma homenagem a Neco, Leco, Livéti, Pachá Priprisca, Leleca e Plastiquinho!!!

Neco diz: PARA O CARTAZ DA FESTA DE ENCERRAMENTO DO ESPETÁCULO DE DANÇA DO THIAGO EM SP EMPRESTEI A FOTO DE PRISCILA E LIVINHA AOS ONZE ANOS DE IDADE.PRISCILA FAZENDO O QUE MAIS GOSTA: PACHAZANDO NA PISCINAE LIVÉTI, CLARO: FUMANDO




Pachá Priprisca diz: Como se pode ver, nossas personalidades já estavam marcadas desde aquela época... A Livete sempre com "algo" na boca e eu me refrescando pachasisticamente ... como há muito não faço!!! (apesar do sol do caralho que tá nesta terra que faz fronteira com o inferno.) O que não dá pra ver na foto são os copinhos com tequila, atrás da piscina ....só pelo gosto de fazer escondido aquilo que não podíamos nem pensar.

Liveti diz: Além de fumar aos 11, Liveti se prostituiu aos 8 anos... Aos 10 descobriu os prazeres mais alucinantes com LSD, cocaína...Pachá ja era uma gordinha atraente, os homens (velhos, adolescentes e etc) e até mulheres faziam filas para conhecer seus segredos na cama... Dizem que o termo boqueti foi inventado por Livéti, que ainda cheirava a talco qdo emprestou suas fotos para o livro Kama Sutra... Hoje Livéti, teve q trocar de nome e abriu uma creche no interior da Bahia, embora seu marido ainda delire com sua invenção... Pachá para poder levar uma vida normal, se isolou em seu castelo e virou caturnista inspirando outros famosos como Henfil, Iq, etc...

Pachá Priprisca diz: e os efeitos dos verdes anos ainda se podem perceber nos delírios digitais das duas....

Neco diz: Rêcha, sua cachurrinha, se você nao escrever vou divulgar sua foto aos 11 anos cheirando o loló de Jú na meia do Seu Renato's. E se Leco nao aparecer vou jogar na net a foto dele aos 11 anos fazendo(...hmmm, é meio pesado pra contar) tem ainda Leleca e Plastiquinho aos 11 injetando no Maleta. eu mesmo nao precisa, já nasci queimado, quase um mini-travesti com as unhas e cabelos longos (é verdade de verdade, nasci pós-maturo, nao queria vir ao mundo, tiveram que me arrancar do conforto)

Pachá Priprisca diz: Amei "mini-travesti", o que me lembrou o "cotaico de paintow" do tamanho do "dedainhow mindanhow"....

Neco se despede: beijem o mundo e ele te lamberá.


domingo, 5 de abril de 2009

Credo, a muié pirô!

Se eu tivesse que nascer de novo queria ser homem. Um homem lindo, por que "beleza é fundamental", segundo Vinícius, de quem fui até namorada (quem não foi?). Depois queria ser forte, fortíssimo, só pra dar porrada, porrada principalmente nesses que deixam apodrecesser toneladas de milho, toneladas de feijão, porradas para os mentirosos de campanha, aqueles que prometem tudo e depois não fazem nada. Ouvindo a rádio cultura, soube estarrecida que 95% do esgoto de Campinas não é tratado, jogam tudo nos rios... gente! Mas é absurdo!
La mer d'ice, la mer de lá.

O ser humano ainda não compreendeu que ele e os rios, ele e os mares, ele e as florestas, ele e os animais, ele e o Cosmos são uma coisa só, e se você não entrar em harmonia com isso tudo, você simplesmente se fode. Perdão para as crianças que lêem o jornal (!), mas o termo fode-se é do tempo do foda-se, quero dizer com isso que é antiquíssimo e todo mundo fala e sabe o que quer dizer e não é mais palavrão. Palavrão é não dizer tudo que estou dizendo aqui. Bem, voltando à vaca fria (esse também é do tempo do foda-se, vovó falava muito), a ecologia não é uma invensão de vadios, é um negócio seríssimo, você pode impunemente ficar jogando merda (devo dizer, dejetos? devo dizer excremento?, a maior parte das gentes não sabe o que é isso) nos rios, nem ficar cagando (perdão, defecando) nos mares, nem as empresas podem ficar jogando venenos, e agrotóxicos e petróleo, e a cada dia você ouve e lê notícias de que tudo isso continua sem parar... Gente! É demais! E a cada dia você lê e ouve e vê na televisão que encontraram toneladas de cocaína, dez toneladas hoje, dez toneladas amanã... E por que não deixam que a cocaína role por aí? Quem quiser se foder que se foda. Não há os que bebem? Não há os que fumam? Dá cirrose? Dá cancer? Deixa louco? Todo mundo sabe disso. As pessoas querem se matar? Que se matem. Há até um poema de Pessoa:
Se te queres matar, por que não te queres matar?

Ah, aproveita! que eu,

que tanto amo a morte e a vida,

Se ousasse matar-me, também me mataria...
Ah, se ousares, ousa!

Agora o chato é quando você não quer e te obrigam. O chato é jogarem toda a bosta nos rios que são do Planeta onde você mora, o chato seria me obrigarem a cheirar cocaína ou a beber ou a fumar ou a dar um tiro no ouvido. Outra coisa, isso dos cassinos, por exemplo, é uma grana preta, por que não abrem o jogo? Todas as praias do nordeste com lindos cassinos, dólares em penca pagando nossas dívidas. Se o cara quer jogar, gente, ele vai jogar até em Tibuctu, vai jogar mesmo! E por que não joga aqui? Teríamos estradas, águas em cascatas no Nordeste, e não só os poços do senhor Inocêncio... Grana, minha gente, grana salva tudo! E mais: todo mundo não
sabe que a Aids tá matando? e não há milhões de
idiotas o tempo todo fornicando? A cabeça de cima ninguém usa... E mais: todos os negócios não são feitos em dólares? E porque não dolarizam a economia? Por que o tempo todo escondendo o sol com a peneira? (minha avó também falava isso do sol com a peneira). As grandes compainhas não são uma mamata deficitária? Já não se sabe que só privatizando é que dá certo? E por que não privatizam logo e acabam com isso? O que há afinal por detrás de tudo o que não se sabe? O FMI não manda na gente? Manda, gente, manda. E por que não falamos logo a língua inglesa e ficamos insistindo nessa besteira de nóis vai nóis fica (que é a língua que se fala mesmo), e os americanos nos adotam (ufff!, que alívio!), e a gente não precisa mais falar nem escrever, e eu ficaria aqui de barriga pra cima ouvindo os passarelhos, falando telepaticamente com os meus cães para gáudio dos meus vira-latas e dos meus adentros, estes sim, fartos de ler e ouvir e depois falar e escrever sobre notícias recorrentes de um mundo inteiro pestilento e demente.
Bye bye. To indo.
Na verdade, fiquei, Mas tô pirando.
(segunda-feira, 14 de julho de 1993 - Hilda Hilst)


...e eu também, e aposto que o Nando também... Obrigado querido, pelos textos, pelas músicas e pelos risos. Bessitos para você! Semana boa para nós!





















domingo, 29 de março de 2009

Conversas...

"Sou eu que começo? Não sei bem o que dizer sobre mim. Não me sinto uma mulher como as outras. Por exemplo, odeio falar sobre crianças, empregadas e liquidações. Tenho vontade de cometer haraquiri quando me convidam para um chá de fraldas e me sinto esquisita à beça usando um lencinho amarrado no pescoço. Mas segui todos os mandamentos de uma boa menina: brinquei de boneca, tive medo do escuro e fiquei nervosa com o primeiro beijo. Quem me vê caminhando na rua, de salto alto e delineador, jura que sou tão feminina quanto as outras: ninguém desconfia do meu hermafroditismo cerebral. Adoro massas cinzentas, detesto cor-de-rosa. Penso como um homem, mas sinto como mulher. Não me considero vítima de nada. Sou autoritária, teimosa e um verdadeiro desastre na cozinha. Peça para eu arrumar uma cama e estrague meu dia. Vida doméstica é para os gatos.Nossa, pareço uma metralhadora disparando informações como se estivesse preenchendo um cadastro para arranjar marido. Ponha na conta da ansiedade. A propósito, tenho marido e tenho três filhos. Sou professora, lecionei por muitos anos em duas escolas, mas depois passei a me dedicar apenas às aulas particulares, ganho melhor e sobra tempo para me dedicar à minha verdadeira vocação, que são as artes plásticas. Gosto muito de pintar, montei um pequeno ateliê dentro do meu apartamento, ali eu me tranco e é onde eu consigo me encontrar. Vivo cercada de pessoas, mas nunca somos nós mesmos na presença de testemunhas.Às vezes me sinto uma mulher mascarada, como se desempenhasse um papel em sociedade só para se sentir integrada, fazendo parte do mundo. Outras vezes acho que não é nada disso, hospedo em mim uma natureza constestadora e aonde quer que eu vá ela está comigo, só que sou bem-educada e não compro briga à toa. Enfim, parece tudo muito normal, mas há uma voz interna que anda me dizendo: "Você não perde por esperar, Mercedes." É como se eu tivesse, além de uma consciência oficial, também uma consciência paralela, e ela soubesse que não vou segurar minhas ambigüidades por muito tempo.Tenho um cérebro masculino, como lhe disse, mas isso não interfere na minha sexualidade, que é bem ortodoxa. Já o coração sempre foi gelatinoso, me deixa com as pernas frouxas diante de qualquer um que me convide para um chope. Faz eu dizer tudo ao contrário do que penso: nessa horas não sei aonde vão parar minhas idéias viris. Afino a voz, uso cinta-liga, faço strip-tease. Basta me segurar pela nuca e eu derreto, viro pão com manteiga, sirva-se.Sou tantas que mal consigo me distinguir. Sou estrategista, batalhadora, porém traída pela comoção. Num piscar de olhos fico terna, delicada. Acho que sou promíscua, doutor Lopes. São muitas mulheres numa só, e alguns homens também." (Divã- Martha Medeiros)




Acho q por hoje é só... uma semana com bastante vitamina C, e energia pra todos. Bjo especial para Letícia e Ana Flávia, minhas amigas nas neuras e no divã...


Cenas de ciúmes

O homem (ou a mulher) imbecil, na maioria das vezes, quando se sente pressionado ou ameaçado por alguém ou por alguma situação, acaba sempre fazendo e/ou falando alguma merda... Andei sofrendo por imbecilidade...



"Ciúme é o cúmulo!


Ciúme é acúmulo de dúvida,


De incerteza de si mesmo


Projetado assim


Jogadado como lama anti-erótica


na cara do desejo mais intenso

de ficar com a pessoa."




Ouvi isso no final de um filme e bateu igual um soco no meu estômago, o nome da música é "Só deixo meu coração na mão de quem pode" - Kátia B em parceria com Fausto Fawcet, Marcos Cunha e Plínio Profeta. Descobri que tem o CD com a trilha sonora do filme, to querendo




O filme é esse: "Não por acaso" de Philippe Barcinski , ma-ra-vi-lho-so, por sinal, vale a pena assistir. Tem um roteiro super consistente, com uma luz de cinema europeu, e com uma linguagem sinples e ao mesmo tempo inovadora, de uma leveza incrível. E tem Rodrigo Santoro como um fabricante e jogador de sinuca... affffh, mais fôfolindo do que nunca!







Um bom domingo pra todo mundo, mesmo nublado e gripado.