Não conheço, além do imenso tempo, nada que tenha existido para sempre. Até o silêncio passa.
Muito, muito, muito lindo!!! "Até passarinho passa" é o título de um livro q o Pedro tá lendo na escola, pro seminário, eu, claro, não resistir e li tbm! É uma história de amor e amizade entre um garoto e um passarinho que costumava visitar sua varanda. O mais interessante, além dos incríveis trecho descritivos dos cenários e das impressões do menino sobre o passáro amigo, são os diálogos tecidos entre os dois, sempre no silêncio. Só os seus olhos conversavam. Vou transcrever alguns partes, vejam q graça:
"(...) Mas eu não encontrava sinal de tristeza na existência dos passarinhos. Todo o universo lhes parecia ser construído apenas de deslumbramentos. O norte estava onde o desejo apontava. Só exercitava as asas quando a distância era longa e o vazio muito largo. Uma bonita preguiça eu percebia em seus gestos, quase sempre. Então, esticavam as asas, abrindo-as em conchas, cobrindo a cabeça e protegendo os pensamentos como se fossem pérolas. Cada movimento dos passarinhos permanecia gravado em mim como um modelo de rigorosa criação.
Não é uma fofura, gente. E isso é só uma amostrinha, pq o livro inteiro é assim, singelo e de uma poética profunda e cheia de sutilezas, própria do paradoxo simplicidade/complexidade característico da infância. O Bartolomeu (autor do livro) teve aqui, na Coeducar, pra conversar com as crianças sobre os livros dele, principalmente sobre esse, que é o que as crianças estão lendo. Ainda mais, abordar um tema um pouco complicado e díficil de tratar, talvez mais ainda, com as crianças, que é a questão da morte. Amei mesmo, e fico sempre tão feliz e agradecida pelos prazeres que, não raras vezes, o Pedro muito me proporciona. Esse foi um deles.
Uma semana com batidas de asas, levesa e flauta!
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