"O silêncio é a bolha de sabão
dos homens sábios de verdade.
O imbecil acha que é sábio.
Um sábio de plantão
Um sábio de plantão
ele crê que basta silenciar
e será salvo.
O sábio de plantão acha
que uma bolha pode protegê-lo
já o sábio de verdade não sabe de nada
nem acha nada.
Nada o protege,
ele ignora correr perigo
quando põe a mão no fogo.
O sábio de verdade
está ciente de que
está ciente de que
quando abrir a boca
será pra dar seu grito estúpido
o mais alto que conseguir
o mais alto que conseguir
a isso chama raiva,
vingança potência sonora
e até mesmo rock´n roll.
O sábio de verdade
difere-se e muito
do sábio de plantão
o sábio de plantão tagarela
fala sem parar por dias e anos
a respeito dum silêncio
e até mesmo rock´n roll.
O sábio de verdade
difere-se e muito
do sábio de plantão
o sábio de plantão tagarela
fala sem parar por dias e anos
a respeito dum silêncio
por ele domado diz se tratar
dum silêncio ensurdecedor.
Eu, no entanto que não sou sábio
de nenhuma espécie
e estou mais que soterrado
convenci-me da existência de outra espécie
convenci-me da existência de outra espécie
de silêncio mais raro e singelo
chamo-o silêncio sem hematomas
e é isso ou o berro na cara.
(Luiz Felipe Leprevost)
"E então Riobaldo disse: O senhor sabe o que o silêncio é?
- O silêncio é a gente, demais!"
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